Para se perceber porque é que é tão difícil impor uma cultura de rigor o caso do CEJ é paradigmático:
- Alguns alunos - licenciados em direito e a caminho de serem magistrados - decidiram copiar num exame escrito duma disciplina menor do curso. Sendo sem dúvida pessoas inteligentes acharam, entre outras coisas, que não havia por aí grande mal e que iam escapar com a coisa.
- A direção do CEJ confirmou a sua primeira assunção e parcialmente a segunda: assim observou-se concordância parcial entre as duas pares neste aspecto.
- O caso caiu na praça pública não porque alunos tenham copiado mas porque a direção do CEJ achou que para esse problema a melhor solução era passar todos os alunos com nota 10.
Apesar do copianço em si mesmo ser inaceitável por parte de adultos à beira de serem magistrados, muito mas muito pior foi a decisão da Direção do CEJ.
Essa decisão não foi momentânea tomada em crise pessoal (por pequena que seja essa crise).
Foi a decisão considerada melhor, tudo ponderado e a sangue frio. Essa decisão é a marca cultural inultrapassável dessa direção. Foi tomada por unanimidade após debate. E foi uma decisão de baixíssima qualidade técnica e ética.
A posição de branqueamento dessa decisão que vimos tomar o Procurador Geral da República e o Ministro da Justiça são de tão baixa qualidade como a decisão da direção do CEJ.
Do ministro pouco se espera - foi cúmplice e será da laia de Sócrates, o falso.
O PGR e a Direção do CEJ deviam ser demitidos imediatamente.